O último tango no terraço

Nosso último tango, talvez, nem tango será.

Poderá até ser um samba estrelado pela perna dura que, a duras penas, fingirá ser bamba ou, porventura, na mais provável das hipóteses, será apenas mais uma dança sem nome, do tipo que inventaremos só para homenagear o despudor dos passos francos e a coragem necessária para desrespeitar a rotina do compasso. Modalidade que coreografaremos, bravamente, sem o auxílio inflamável da Ana Botafogo e sem a ajuda divina do Carlinhos de Jesus. Remelexo que criaremos sem medo da punitiva platéia do Faustão. Nosso último tango, provavelmente, não será em Paris, mas e daí?

Será incrível, mesmo se acontecer no terraço de casa, no espaço sem gravidade da NASA ou, até mesmo, sobre um chão ardendo em brasa. Nosso último tango será só nosso e por isso, só por isso e exatamente por tudo isso, será lindo de morrer, ou melhor, maravilhoso de viver. Não será dgfev online casino do Marlon Brando. Não será do Al Pacino. Não será do Carlos Gardel. Nosso último tango não será somente por una cabeza cheia de memórias, será, também, por dois corações que dançarão até a última chance de batucar o ritmo efervescente do amor. Acontecerá, sabe-se lá quando, com orgulho e tristeza no olhar, com medo do segundo no qual a música irá parar e pavor do inevitável momento na qual nosso fêmur quebrará. Será nosso último tango e claro: nosso último dengo.