O sono e o tempo

Mais um título curioso: O que o sono tem a ver com o tempo? Tem muito mais do que eu imaginava.

Pessoas com dificuldade em dormir sabem, ou até mesmo nós ditos “normais” que quando se trata de dormir, cedo ou tarde vamos descobrir que um sono perdido não há como recuperar. Se dormirmos pouco numa noite, não é dormindo mais na seguinte que iremos recuperar. Nosso próprio corpo nos dá os sinais claros, não tente recuperar algo que já passou, foque-se em fazer melhor hoje.

Vamos pensar em coisas que vemos no cotidiano: Quantos “tiozões” não aparecem volta e meia na balada? Não é muitas vezes constrangedor se deparar com essas pessoas? Obviamente nada contra, mas o que levou essas pessoas para tal caminho?

Não é difícil de acreditar numa história muito parecida com um cara que teve filho cedo por acidente, juntou/casou-se e depois de alguns anos de casado a coisa não deu certo e agora essa pessoa está aí “na pista”, literalmente. O raciocínio é simples, essa pessoa pulou a fase de curtir a vida e estar na noitada, e agora quer correr atrás do tempo perdido.

Por essas e outras que é muito importante saber curtir cada etapa da vida, viver na plenitude de cada etapa. Não sou psicólogo como um dos colegas aqui, mas quantos adultos brincalhões demais (a ponto de serem inconvenientes) não encontramos? É evidente que tais pessoas tiveram uma infância reprimida pelos pais de criação rigorosa, ou num pior caso simplesmente tiveram que pular essa etapa por motivos piores.

Talvez um dos maiores dramas da sociedade atual esteja na juventude. Cito François de la Rochefoucauld, um dos meus escritores favoritos que fala: “A juventude é a perpétua intoxicação, uma febre da mente”. Hoje fazemos de tudo para prolongar essa juventude, o que pode se tornar um grande erro quando exageramos. É estranho pensar que tenho amigos com seus recém 30 anos que acabaram de se tornar pais, e do outro lado tenho outros da mesma idade que saem comigo na noite. Quem é mais feliz, ou quem está certo é uma grande incógnita…

O tempo que passou, passou. A fase que pulamos vai ter que ficar para trás. É um grande erro querer nadar contra a correnteza do tempo, se não pudemos aproveitar aquilo que passou, devemos nos focar em fazer melhor na fase em que estamos no tempo presente, mas não somente o tempo, mas tão importante quanto seja a intensidade. Não há como viver hoje aquilo que era para ter sido vivido ontem, assim como não iremos conseguir viver amanhã o que deveria ter sido feito agora.

Para finalizar, cito algo que li recentemente e acredito muito:

“Não costumo voltar atrás. Não tenho compromisso com o erro” – Juscelino Kubitschek

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