O que não dizer durante o sexo

Entre quatro paredes vale tudo, certo? Essa é a máxima que eu mais ouço por aí. Mas, será mesmo que qualquer coisa pode ser dita neste momento aparentemente tão liberal? Nesse instante, você deve estar bem confuso e provavelmente sem entender o motivo pelo qual um colunista tão sem vergonha como eu, agora, resolveu falar sobre palavras indizíveis, frases que não deveriam ser desferidas nunca, jamais, muito menos na sagrada hora do sexo. Eu vou provar aqui, neste texto, a existência de dizeres absurdos, capazes de murchar um pinto em segundos ou de desidratar uma perereca em milésimos.

Hoje, após uma recente conversa com amigos em uma loja de conveniência de um posto de gasolina, percebi a existência clara de pessoas com a capacidade de acabar transas apenas com a utilização de palavras mais destrutivas do que qualquer meteoro ou catástrofe, combinações de letras capazes de colidir diretamente contra o tesão, que por mais sólido que pareça, também pode ser estilhaçado pela falta de noção.

Sim, esse texto foi baseado em fatos reais, relatos colhidos por mim nas madrugadas falantes da vida e por mais bizarros e surreais que pareçam, alguém um dia realmente passou por isso. Espero que não morra de vergonha alheia.

Tudo começou no posto mesmo, comigo, claro, com uma história que não canso de contar. Era uma vez, uma mulher com um golfinho tatuado na bunda, até aí tudo bem, mas em um belo dia ela estava sendo comida de quatro e teve a brilhante ideia de apimentar aquele ato, dizendo: “Vai, come esse golfinho!” Para tudo. Como assim? Ela queria mesmo que eu parasse de comê-la e começasse a comer o golfinho sorridente e serelepe que saltava quase pra fora daquela nádega? Seria essa uma tentativa de indução à zoofilia? Nem fodendo que eu vou foder o Flipper. O que o Greenpeace acharia dessa barbaridade? Eu juro que eu preferia que ela tivesse confundido meu nome, me chamado de Neymar ou qualquer coisa do tipo, mas eu me recuso a transar com esse querido mamífero marinho, mesmo que ele nade numa bunda. Antes eu achava que pensar na avó pelada era um bom método para retardar a ejaculação, mas hoje, lembro-me daquela louca me mandando dar uma pirocada num golfinho fofo e assexuado. Odeio golfinhos mais que pernilongos e não vou ao SeaWorld nem de graça.

Todos ali riram dessa minha aventura marinha, inclusive um carequinha que não fazia parte da minha roda de amigos, mas que ao ouvir meu relato, resolveu desabafar sobre outra maluquice do tipo, vivida por uma amiga dele. A mulher estava no bem bom e na hora de trocar de posição, o cara fez um pedido bem mais complexo do que o simples “fique de quatro” ou o trivial “senta aqui”, ele disse: “Agora finge que você está morta!” Para tudo. Cada um com seu fetiche, mas isso só pode ser algum tipo de patologia séria. Imagine a xoxota dessa mulher quando ouvir aquilo, deve ter ficado mais seca que o deserto do Atacama. Esse é um caso no qual é melhor fugir pelada mesmo ou escapar do recinto atirando-se contra a janela, no caso de alturas menores do que cinco metros.

E por fim, o não menos broxante relato feito pelo frentista que ali trabalhava. Ele contou que estava feliz da vida na cama com uma mulher de seios avantajados e que, de repente, na hora em que ele chupava aqueles melões, a mulher disse: “Toma todo esse leitinho meu amor.” Para tudo. Cadê o fim do mundo nessas horas, hein?! E sabe o pior? Na penumbra ele conseguiu ver que daqueles mamilos saia leite de verdade. Até leite de soja vencido era mais aceitável naquele momento. Sim meus caros, um homem com aproximadamente quarenta anos reviveu a primeira infância e bebeu colostro sem ter escolha. Isso é o cúmulo do cúmulo da estranhice. Ao invés de esconder aquela goteira de leite atrás de um sutiã impermeável, a doida fez questão de amamentar o coitado do frentista. Imagine se ele tivesse alergia à lactose? Eu achei uma tremenda falta de educação, fez o cara beber leite puro, nem ofereceu umas colheradas de Nescau e uns biscoitos para acompanhar.

Moral da história: Realize hoje o desejo do seu homem. Pense que ele podia pedir coisa mil vezes pior. Ele só quer variar e penetrar em um túnel mais apertado, não está pedindo pra bancar a figurante do Walking Dead, muito menos sugerindo que façam um ménage à trois com uma cabra.

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