E eu posso chorar também. Mas que seja por mim.

Não rimarei amor com dor. Não perderei minhas madrugadas convencendo-me de como é solitário habitar apenas o meu corpo. Não tenho como mentir, a vida me fez assim: aprendi a me limpar sozinho. Minha dependência acabou ali, tudo bem? Não que eu não queira dividir a baba do travesseiro com mais ninguém. Nem que eu não queira mais um perfume diferente em minhas camisas. Eu só estou preferindo que apenas a minha bagunça preencha esta casa-este-coração.

Talvez em outra hora, em outro tempo ou planeta, a gente ficaria junto. Teríamos filhos e iríamos à igreja aos domingos. Mas agora não dá. Os padres não vão como a minha cara. Teus carinhos hoje me arranham. Teus abraços me apertam demais. Teus beijos roubam meu ar. Tá dolorido. Entende, beibe? Hoje eu só quero sair e me encontrar por aí. Sem marcas. Sem dramas. Apenas rindo de si.

E eu posso chorar também. Mas que seja por mim.

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