Conhecendo uma mulher por trás das cortinas

Ao ler esse texto saiba que eu te conheço, sei das suas safadezas – sim todas elas –, dos seus medos, dos seus fetiches e das inseguranças que permeiam seus dias.

Como o Martinho da Vila eu, por incrível que pareça, também já tive mulheres. Todas alcançadas na incompreensão de sorrisos e safadezas. Confesso ter conhecido mulheres de vários países, etnias, desenvolturas e até graças. E acredite, nunca vi uma que não goste de sorrir ou de ter orgasmos. Também nunca vi uma mulher que não goste de sentir-se possuída, pela noite, pelo envolvimento, mas principalmente pelos sorrisos desferidos durante uma noite de final, até agora, incerto.

Sim, mulheres desejam ser possuídas. Mesmo que não admitam. Possuir uma mulher é muito mais do que levar seus orgasmos ao sexto sentido, mas sim fazê-la sentir-se a vontade para ter esses orgasmos e sorrisos, todos múltiplos, sem receios, culpas, inseguranças e questionamentos retóricos.

Fazê-las fazerem algo que nunca imaginaram e mesmo assim sentirem-se felizes, confortáveis e compreendidas é o ponto chave de todo enredo. Mulheres precisam ser descobertas e compreendidas, e essa sensação de compreensão se passa com olhares, sorrisos e mãos firmes.

Falando em mãos, mulheres gostam de mãos. Use-as. Saiba onde e como tocar. O corpo de uma mulher é muito mais do que vagina, bunda e peitos. Se delicie com a nuca, com as coxas, deslize entre o ouvido e a boca e beije todas partes que lhe for conveniente, até porque beijar somente a boca seria um desperdício erógeno.

E para atinar isso não precisa de muito, basta deixar as nossas experiências de vida apimentar ou destemperar os nossos gostos. Com os ensejos que foram-me ofertados aprendi que as mulheres entregam lascas de ouro em entrelinhas curvilíneas. E saber lê-las é o que diferenciam os homens.

Por uma sociedade ainda pouco adaptada e evoluída à chegada incisiva e direta da mulher – o que considero uma pena – elas nos dão deixas sutis, onde os espertos captam e transformam pequenas mexidas de cabelo e sorrisos de canto de boca em um final de noite em uma praia despovoada regada de sorrisos e orgasmos cabais.

Mulheres querem homens com histórias e peculiaridades. Não com carros e roupas de marcas estendidas no varal da noite. Qualquer mulher pode ser conquistada por um papo regado de esmero, gargalhadas e charme. E isso não há falo ostentador que compre. Mulheres querem caras com pegada na cama, mas principalmente na vida. Um homem com um horizonte amplo, mas principalmente com ação frente ao mundo.

Acredite, ela gosta quando você a prensa na parede, pega-a com firmeza e nessa hora esquece o carinho. O carinho não está inserido no jeito que você a pega de quatro, mas sim no enredo da noite. Pode-se muito bem transar com uma mulher, fazer todas orgias e técnicas de bondage existentes e pelo embrulho da noite ela entender que você é um homem que sabe separar as coisas e deixar aquele momento inolvidável e guardado para somente duas almas. Como se pode fazer somente o pálido papai-mamãe e ela te achar um mão de alface, sem atitude e falador. O respeito e o carinho não estão necessariamente presentes durante o ato sexual, mas durante todo alicerce da noite. Assim como o segredo da pegada não está na força, mas no vigor em que ela se concentra.

Fazer uma mulher sentir-se compreendida e respeitada é abrir uma porta de ventura mutua.

Por fim, digo que ninguém está aqui para cagar regras sobre o que as mulheres gostam ou não. Só estou dizendo que com o tempo aprendi a importância de saber desferir belos tapas e puxões de cabelo, como também sei beijar-lhe o pescoço e ceder um pouco de mim ao ver um filme recheado de paixão e brigadeiro de colher. Me dediquei a conhecer e estudar as mulheres pelos bares e supermercados que permeio, o que até hoje não sei se é um problema ou uma solução.

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