Biquínis, lingeries e intimidade

Estou numa das belíssimas praias do litoral catarinense. O meu paraíso é cheio de ondas: do mar e dos corpos de pessoas absolutamente diferentes e rigorosamente deliciosas. Envolta em peitos, bundas e coxas, questionei o que é mesmo a tal intimidade.

Sim, porque na praia estamos expostos visualmente e expomos por livre arbítrio quase o mesmo tanto de pele que os escolhidos (seletos ou não) a estarem conosco entre quatro paredes visualizam. Tenho lingeries maiores do que os meus biquínis.

Intimidade é a gente que escolhe, é o tempo que faz, é um segundo de paixão que desenha. Intimidade é olhar cúmplice ao exibir as coxas, é entender as intenções pela força nas mãos.

Intimidade é saber o que o outro está pensando, completar a frase e juntar o corpo. É carinho nas costas na intensidade certa para o sexo e para o afago. Intimidade não é sexo. Faz parte do sexo. Como o sussurro, como o tesão.

Intimidade não é nudez vã. É nudez assistida e apreciada, é nudez ao escovar os dentes, é carinho em frente ao espelho porque somos mais bonitos quando íntimos de alguém.

Intimidade é dois. É por isso que, independentemente do número da balança ou da simetria da fita métrica, você deve andar de biquíni na praia. Você não está dividindo sua intimidade. E se está apenas exibindo seu corpo, não precisa do olhar de aceitação de ninguém.

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