7 motivos para se encantar com Curitiba

 

321 anos completou Curitiba na ultima semana. Uma cidade cheia de parentescos com São Paulo. Uma prima de segundo grau, eu diria. Cidade-chuvinha, onde o tempo é  pauta alem do elevador, falam da água que nem ainda caiu. Cidade de motivos, mágicos motivos, e o doce sabor da procura, e Leminski palavreando pelos muros. Cidade limpinha, do chuveiro natural. Apresento aqui sete motivos, sete incentivos para que você venha se esbaldar, seja na arte, seja no paladar, seja no friozinho acolhedor.

1 – Os Curitibanos

Conversando com a hostess da balada “Wonka” – ela se chama Pedrita e parece sósia da Mallu Magalhães – recebi conselhos bem humorados de como lidar com um curitibano em três regras:

a)      Em Curitiba gente feliz é falta de educação, portanto não exagere na simpatia.

b)      Nunca cumprimente um curitibano.

c)      Nunca cumprimente um curitibano em dia de chuva.

E é claro que essas definições nunca devem ser levadas a risca; nunca encontrei uma característica verdadeiramente homogênea nos habitantes de um lugar, tudo é baseado sempre em diversos fatores, por exemplo, em como você aborda as pessoas. Sinal nenhum de hostilidade. Fui, inclusive, muito bem tratado por aqui.

2 – A Feira do Largo da Ordem

Uma feira simpática acontece todos os Domingos até às 14 horas, próxima a Rua Trajano Reis e a Rua do Rosário. A Feira do Largo traz inúmeras atrações que vão muito além da oferta de antiguidades e imas de geladeira. Os massageadores do Seu Jonas são inovadores, e sua simpatia e domínio para explicar o manuseio do produto valem uma parada na barraca. Tem o “Pirogi do Tadeu” – que já foi até na Ana Maria Braga traz uma delicia polonesa a serviço do nosso paladar: uma massa recheada com ricota e batata regada por um molho de champignon. Tem também uma atração especialíssima, um “bonequeiro”, artesão, poeta, colecionador de botões e membro da minimalista “Ex-cola de samba unidos do botão”. Esse sábio senhor cria a partir de sucatas e objetos inanimados algumas engenhocas lúdicas e funcionais sempre atreladas aos sonhos. Suas criações abraçam uma poesia que dita uma ação mágica e enriquecedora para quem interage com elas. Com vocês Helio Leites:

3 – A comida

As comidas típicas de Curitiba incluem iguarias como o famoso barreado – uma carne nobre bovina desfiada e especialmente temperada vinda da influencia de cidades vizinhas como Morretes e Antonina e que depois se tornou item tradicional no cardápio curitibano. O pinhão também é obrigatório, participa de diversas combinações de pratos por aqui. Mas vou ser sincero, sou da lógica dos carboidratos da nonna – pão, queijo, massa, farinha – e o bairro Santa Felicidade deu conta das minhas vontades italianas: fui ao famoso “Madalosso”, um rodízio de massas italiano cinco estrelas com direito a ousadias culinárias como o Canelone sabor Romeu e Julieta. Um fato curioso por la são os garçons que com apenas um braço levam 200 pratos, acredite. Se você e da turma junkie, no numero 289 da Rua Trajano Reis existe uma portinha, com gente interessante fazendo pizza cortada na tesoura e vendida em deliciosos pedaços assimétricos, e junto disso você precisa provar o suco de uva integral na versão tinto, branco e rose.

4 – O sistema de transporte

Os famosos tubos facilitam a dinâmica de transporte publico da cidade. Espalhados em áreas estratégicas, eles atendem exclusivamente aos ônibus chamados “ligeirinhos” que param apenas em pontos específicos trazendo agilidade para os usuários.  As linhas se dividem entre expressa, interbairros e alimentadoras criando uma dinâmica inteligente entre vias exclusivas e terminais de integração para dar conta de regiões com alto trafego.

5 – O Festival de Curitiba e as artes

A vitrine mambembe do Brasil se inicia através do Festival de Teatro mais importante do pais. Companhias de diversas regiões trazem seus novos repertórios e criam um panorama de teatro independente através da “Mostra Fringe”. Sentar na praça e acompanhar as peças de rua, ver gente fantasiada andando pelas calçadas sem que isso pareça uma aberração. Tem o burburinho, a troca de dicas, e a parte de dividir taxi com desconhecidos. Outra opção muito recomendada no campo artístico é o “Museu Oscar Niemeyer”- um museu em formato de olho que possui uma curadoria voltada pra design e artes visuais.

6 – Pessoas e atrações inusitadas.

Sou um investigador do diferente, quando viajo quero interagir com situações originais e isso compreende lugares a pessoas. Em Curitiba existem figuras míticas que trazem historias, conhecimentos interessantes e emblemáticos como o famoso “oilman” – um homem “vestido” apenas com uma sunga que vaga pela cidade com uma bicicleta e é tido como um herói urbano. O “Zé do Bambu” um conhecedor de técnicas variadas envolvendo o material, e que inclusive ministra cursos em que transmite sua especialidade. Tem o “Pla” um artista que zanza pela cidade com sua bike vendendo doce de amendoim com mensagens (suas) de sabedoria na embalagem, também cds “caseiros” com musicas que incitam o uso de bicicleta, e pequenos cordéis que trazem seus pensamentos e poesias. Dentro da oferta do inusitado recomendo também uma grife de roupas chamada “Milho guerreiro” que vende roupas confortáveis e multicoloridas com bordados místicos e gorros de gnomos. E que tal ficar hospedado em um EcoHostel que transpira natureza, sustentabilidade, e conforto; a proposta vem do “Curitiba EcoHostel”.

7 – A noite

A balada Wonka é simpática, alternativa e eclética, traz o melhor do indie-pop e sazonalmente produz uma festa nipônica com musica japa e coreana, (j-pop, j-electro, k-pop) e muitos cosplays. Pra quem gosta de sertanejo universitário a Shed é o lugar do momento na região do Batel. Outra atração garantida é a apresentação da cantora Pamella Dalla no bar Trip trazendo o aclamado do repertorio de Amy Winehouse. O “Torto bar” não possui cadeiras, tem breja barata e carrega a fama de melhor bolinho de carne da cidade.

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